Crise hídrica: O que podemos esperar?
Em 20 anos, enfrentamos 3 crises hídricas e os traumas de apagões e racionamentos. Prepare-se, o alerta de emergência hídrica já foi disparado!
Há exatos 20 anos vivenciamos um traumático racionamento de energia que derrubou a economia e minou o capital político do governo FHC. Em 2015, o risco do apagão foi mitigado pela forte retração econômica durante o governo Dilma. Agora, o alerta de emergência hídrica chega junto com a retomada da economia e evidencia nosso dilema histórico de "vôos de galinha".
1. Por que está chovendo menos?
O que sabemos dessa nova crise, o que aprendemos com as crises passadas e o que podemos esperar agora para sair dessa e das próximas que virão?
O fato é que estamos enfrentando a pior crise hídrica dos últimos 90 anos. Segundo especialistas, três fenômenos explicam a falta de chuvas no Brasil:
- O desmatamento da Amazônia;
- O aquecimento global causado por queima de combustíveis fósseis;
- O fenômeno natural La Niña
O desmatamento da Amazônia interrompe um processo natural de transporte de umidade através dos ventos alísios até os estados da região Sul e Sudeste. Por onde passam, esses ventos, se forem úmidos, trazem chuva — daí o nome popular de rios voadores. Já para os cientistas, são Ventos de Zona de Convergência do Atlântico Sul. Destaca-se que mesmo com o reflorestamento, serão anos para que as árvores criem raízes profundas para desempenhar o mesmo papel das que vem sendo devastadas. Uma plantação de soja não desempenha o mesmo papel da floresta nativa.
O aquecimento global também dá sinais de seu impacto na alteração global no ciclo hidrológico, reduzindo as chuvas principalmente no Nordeste brasileiro e na região central. A mudança de áreas semiáridas do nordeste brasileiro em áridas já está acontecendo agora. O Brasil é o maior emissor de fases de efeito estufa por causa do desmatamento, que vai reduzir significativamente a chuva e vai dificultar a produtividade agrícola.
Por fim, vamos entender o fenômeno natural La Niña que é responsável por chover menos na Região Sul do Brasil. O La Niña muda o padrão de ventos na região equatorial e a chegada das frentes frias da região sul em direção a São Paulo. Assim, o fenômeno reduz as chuvas na porção Sul do Brasil, e isso pode ter repercussão em São Paulo dependendo de sua intensidade. Ao mesmo tempo, o La Niña leva mais chuva ao Norte e ao Nordeste.
2. Quais as consequências para nós?
As consequências da crise hídrica e da mudança climáticas serão drásticas no médio e longo prazo, e podem redefinir todo o nosso estilo de vida e nossa economia baseada na agropecuária. Afinal a disponibilidade de água potável é uma das maiores preocupações globais atualmente.
Mas as consequências não estão restritas ao médio e longo prazo. Por exemplo, o lago de Furnas também conhecido como o Mar de Minas Gerais deu lugar a pasto e lama com o recuo de 8 quilômetros da água em determinadas áreas da represa. São milhares famílias afetadas diretamente e mais de 20 mil empregos comprometidos na agricultura, piscicultura, clubes náuticos, hotelaria e o setor de bares e restaurantes.
Vamos aprofundar 2 temas fundamentais para compreender melhor como a crise hídrica já afetará nossas vidas nos próximos dias e meses. Vamos avaliar o impacto sobre o setor de alimentos e sobre o setor elétrico.
3. Por que os alimentos devem ficar mais caros?
A seca já reduz a expectativa de colheita, sinaliza prejuízo no desenvolvimento de frutos e deteriora a qualidade das pastagens.
Além de problemas nas lavouras, o produtor também enfrenta aumento de custos, como gastos com energia e ração. E esses fatores podem contribuir para sustentar ou aumentar os preços de alguns produtos agrícolas, o que, por sua vez, tende a se refletir no preço ao consumidor
Veja alguns exemplos:
- Feijão: falta de chuvas atrapalhou o desenvolvimento das plantas, resultando em uma colheita menor na segunda safra do ano. Alguns produtores também desistiram de plantar porque não terão água suficiente para irrigar;
- Leite: seca reduziu a qualidade das pastagens, prejudicando a alimentação das vacas leiteiras. Com isso, produção pode diminuir;
- Carne bovina: pastagens mais secas também podem resultar em uma menor oferta de gado de pasto. E custo alto com ração também reduz a disponibilidade de animal confinado pronto para o abate. Como consequência, preços devem subir mais;
- Frango, porco e ovos: sofrem indiretamente com a redução da produção de milho no Brasil provocada pela seca, que elevou custos com ração.
- Arroz: a colheita está maior neste ano, mas produtores estão preocupados com o próximo plantio. Se as chuvas não encherem adequadamente os reservatórios, a área plantada diminui.
- Laranja: falta de chuvas atrapalhou florada e frutos cresceram menos. Expectativa é de colheita maior nesta safra, mas abaixo da média das 10 últimas.
- Café: estiagem prejudicou florada e o enchimento dos grãos. O resultado disso será uma colheita 25% menor do que a projetada no início do ano.
4. Por que a energia elétrica já ficou mais cara?
Cerca de 64% da energia elétrica produzida no Brasil vem das hidrelétricas. Com os reservatórios em nível crítico, a demanda de eletricidade precisa ser suprida pelas termelétricas movidas a óleo combustível, diesel ou gás natural. Além de poluidoras e contribuírem com o aquecimento global, são mais caras.
Nesse sentido, os consumidores já estão recebendo suas contas de luz mais caras com as bandeiras vermelhas, que sinalizam a situação crítica e acarretam em taxas extras.
Por enquanto, há divergências entre os especialistas sobre o perigo de blecautes e racionamento. No entanto, os efeitos da conjuntura energética sobre inflação e crescimento são certos.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elevou a sobretaxa da bandeira vermelha em julho, sinaliza possíveis novos aumentos e a manutenção da bandeira vermelha até novembro, quando temos o início do período chuvoso.
Que Santo Pedro nos ajude!
5. O que podemos fazer?
Além de buscar um uso racional da água e da energia elétrica, uma alternativa vem ganhando força pelo país. A idéia de gerar sua própria energia elétrica sempre ficou para depois devido ao alto investimento para comprar e instalar as placas fotovoltaicas.
No entanto, novos modelos de energia solar por assinatura parecem resolver esses problemas. Agora é possível economizar na conta de energia elétrica, sem investimentos e sem dor de cabeça.
A SUNWISE, empresa especializada no tema de energia solar por assinatura, compartilha suas fazendas solares no estado de Minas Gerais com milhares de consumidores residenciais, comerciais e industriais.
Agora todos podemos economizar e contribuir com o meio ambiente.